Jogos De Master System Reviews: Guia Dos Clássicos

O Master System da Sega é um pilar da história dos games, um console 8-bits que competiu diretamente com o gigante da Nintendo e deixou um legado duradouro, especialmente no Brasil.

Se você busca revisitar os clássicos ou descobrir pela primeira vez o que tornou este console especial, este guia é para você. Analisaremos os jogos que definiram uma geração, os critérios que separam os bons dos inesquecíveis e como a Tectoy transformou o Master System em um fenômeno cultural brasileiro.

Prepare-se para uma viagem nostálgica e informativa pela biblioteca de um dos consoles mais queridos de todos os tempos.

Avaliar um jogo de Master System exige olhar além das limitações técnicas da era 8-bits. Um bom título não era apenas sobre gráficos, mas sobre como os desenvolvedores usavam a paleta de cores vibrante e o hardware superior do console para criar experiências memoráveis.

Jogabilidade precisa era fundamental. Em um tempo onde a simplicidade reinava, controles responsivos faziam a diferença entre a frustração e a diversão. Títulos como Castle of Illusion demonstravam isso com perfeição, oferecendo um controle de personagem fluido e intuitivo.

Inovação e criatividade também eram diferenciais. Phantasy Star, por exemplo, não era apenas um RPG, era uma aventura de ficção científica com masmorras em 3D e uma protagonista feminina, algo raro na época.

A trilha sonora é outro ponto chave. Jogos como Wonder Boy in Monster Land usavam músicas cativantes para criar uma atmosfera imersiva que grudava na cabeça dos jogadores. Em resumo, os melhores jogos de Master System combinavam controles sólidos, uso inteligente do hardware, design criativo e áudio marcante para superar as barreiras tecnológicas e entregar entretenimento puro.

Certos jogos não apenas venderam consoles, eles se tornaram sinônimos da marca. Para o Master System, uma seleção de títulos de plataforma, RPG e ação estabeleceu o padrão de qualidade e demonstrou o potencial do hardware da Sega.

A seguir, analisamos alguns desses pilares.

Alex Kidd in Miracle World foi, para muitos, a porta de entrada para o Master System, pois vinha embutido na memória de várias versões do console. Como o mascote original da Sega, Alex Kidd oferecia uma aventura de plataforma diferente de tudo o que existia.

Em vez de pular sobre inimigos, você usava seu punho para quebrar pedras e derrotar monstros. O jogo introduziu veículos como uma motocicleta e um helicóptero, além das infames batalhas de Jankenpon (pedra, papel e tesoura) contra os chefes, uma mecânica única que dividia opiniões.

Este jogo é ideal para jogadores que apreciam um desafio old-school e mecânicas excêntricas. A exploração dos níveis em busca de dinheiro para comprar itens e veículos adiciona uma camada de estratégia.

No entanto, sua jogabilidade pode ser frustrante para novatos. Os controles são um pouco escorregadios e a ausência de um sistema de salvamento, combinada com a regra de 'uma vida e é game over', torna a jornada punitiva.

É um clássico que exige paciência e dedicação para ser dominado.

Phantasy Star não foi apenas um jogo, foi um marco. Lançado em 1987, este RPG estava anos-luz à frente de seus concorrentes. Ele combinava um cenário de ficção científica com fantasia, colocava você no controle de Alis Landale, uma forte protagonista feminina em busca de vingança, e apresentava masmorras com uma impressionante perspectiva em primeira pessoa que simulava um ambiente 3D.

A história era complexa, envolvendo múltiplos planetas e personagens com motivações profundas.

Para os fãs de RPGs que querem entender as raízes do gênero, Phantasy Star é uma lição de história jogável. Sua profundidade narrativa e ambição técnica são evidentes. Contudo, é um produto de seu tempo.

O jogo exige uma quantidade massiva de 'grinding' (lutar repetidamente para ganhar experiência e dinheiro) e as masmorras são labirintos complexos sem um mapa no jogo, o que pode levar à frustração.

A versão brasileira traduzida pela Tectoy, no entanto, foi um presente para os jogadores locais, permitindo que eles mergulhassem de cabeça em sua rica história.

Enquanto a versão do Mega Drive é mais famosa, a adaptação de Castle of Illusion para o Master System é uma joia técnica por si só. Este jogo de plataforma é um deleite visual, com sprites grandes, animações fluidas e cenários incrivelmente detalhados e coloridos que extraíam o máximo do hardware do console.

A jogabilidade é simples e eficaz: Mickey pode pular nos inimigos ou atirar projéteis, como maçãs e bolinhas de gude. O design das fases é criativo, levando o jogador por uma floresta encantada, uma biblioteca cheia de doces e um castelo de brinquedos.

Castle of Illusion é a escolha perfeita para quem procura um jogo de plataforma charmoso e acessível. É um título que agrada tanto crianças quanto adultos, com uma curva de dificuldade equilibrada e controles precisos.

Ao contrário de Alex Kidd, a jogabilidade aqui é justa e recompensadora. Sua principal crítica é a curta duração, já que um jogador experiente pode terminá-lo em menos de uma hora.

Ainda assim, é uma experiência polida e mágica do início ao fim.

A história do Master System não pode ser contada sem um capítulo dedicado à Tectoy. Enquanto o console perdia espaço para a geração 16-bits no resto do mundo, no Brasil ele vivia sua era de ouro.

A Tectoy não apenas montava e distribuía o console localmente, o que o tornava mais acessível, mas também investia em marketing pesado e, o mais importante, na adaptação de jogos para o público brasileiro.

Essa estratégia incluiu a tradução completa de RPGs complexos como Phantasy Star, um feito inédito que conquistou uma legião de fãs. Além disso, a empresa criou versões localizadas de jogos, trocando personagens para atrair o público.

O exemplo mais famoso é Mônica no Castelo do Dragão, uma modificação de Wonder Boy in Monster Land com os personagens de Mauricio de Sousa. A Tectoy também lançou jogos exclusivos e até mesmo uma versão de Street Fighter II, demonstrando uma dedicação que manteve o Master System vivo e relevante no Brasil por décadas.

Antes do ouriço azul, o rosto da Sega era Alex Kidd. Ele era peculiar, com suas orelhas grandes e macacão vermelho, e seus jogos eram conhecidos pela jogabilidade metódica e por vezes excêntrica.

Alex Kidd representava a abordagem japonesa da Sega. Contudo, para competir de frente com o Super Mario da Nintendo no mercado ocidental, a Sega precisava de algo com mais atitude e velocidade.

A chegada de Sonic the Hedgehog em 1991 foi uma mudança de paradigma. Sonic era rápido, arrojado e sua jogabilidade focada em velocidade e impulso era o oposto do ritmo de Alex Kidd.

O sucesso instantâneo de Sonic no Mega Drive selou o destino do antigo mascote. A troca não foi apenas uma substituição de personagem, mas uma redefinição da identidade da Sega, que passou a ser vista como a marca 'cool' e moderna dos videogames, deixando para trás a era mais experimental e peculiar representada por Alex Kidd.

Reviver os clássicos do Master System é mais fácil do que nunca. A forma mais comum e acessível é através de emuladores. Programas para PC como o Kega Fusion e o Meka, ou aplicativos para Android e outras plataformas, permitem rodar os arquivos dos jogos, conhecidos como ROMs.

A emulação oferece vantagens como a capacidade de salvar o progresso a qualquer momento (save states), aplicar filtros gráficos e até mesmo jogar títulos com o aprimoramento de áudio FM, presente no modelo japonês do console.

• Emuladores: Soluções de software para PC, Mac e dispositivos móveis. Você precisará do programa emulador e das ROMs dos jogos que deseja jogar.
• Coletâneas Oficiais: A Sega frequentemente lança coleções de seus clássicos para consoles modernos como PlayStation, Xbox e Nintendo Switch. A coletânea SEGA Mega Drive Classics, por exemplo, inclui vários jogos de Master System como bônus desbloqueáveis.
• Consoles da Tectoy: No Brasil, a Tectoy continua a vender novas versões do Master System. Estes consoles compactos vêm com dezenas de jogos na memória, oferecendo uma experiência plug-and-play simples e direta, ideal para quem busca nostalgia sem complicações.