Melhores baixos de 5 cordas fretless: Qual Modelo Tem a Melhor Sonoridade?

Thiago Nunes da Silva
Thiago Nunes da Silva
7 min. de leitura

A busca pela sonoridade perfeita em um baixo de 5 cordas exige atenção aos detalhes que vão além da estética. Para músicos que desejam a expressividade do som "fretless" ou uma base sólida para customizações, a escolha do instrumento define a qualidade do sustain e a definição da quinta corda (Si grave).

Analisamos a construção, a qualidade das madeiras e a resposta dos captadores dos principais modelos do mercado para guiar sua decisão de compra.

Madeira e Captação: O Segredo do Timbre Fretless

O som característico de um baixo sem trastes, conhecido como "mwah", depende diretamente da dureza da madeira da escala e do tipo de captação. Em baixos de 5 cordas, essa equação é ainda mais crítica devido à necessidade de definição nas frequências graves.

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Escalas em madeiras mais duras e densas tendem a projetar o som com mais clareza e ataque, facilitando o deslize das notas. Já a captação precisa ser transparente. Captadores Single Coil (comuns em Jazz Bass) oferecem mais harmônicos e "ar" ao som, essenciais para o fraseado melódico.

Por outro lado, Humbuckers garantem que o Si grave não soe embolado, oferecendo um som mais moderno e comprimido.

Top 5 Melhores Baixos de 5 Cordas para o Estilo

1. Contrabaixo Tagima TW73 Woodstock Series Branco

O Tagima TW73 da série Woodstock é a porta de entrada ideal para quem busca a configuração clássica de Jazz Bass em um instrumento de 5 cordas. A construção em Poplar no corpo e braço em Maple oferece um timbre estalado e brilhante, fundamental para quem gosta de destacar os médios-agudos em solos e melodias.

Este modelo se destaca como uma excelente plataforma para customização. Muitos luthiers e baixistas optam por este baixo para realizar a conversão para fretless ou para upgrades de captação, pois sua estrutura é sólida e o espaçamento das cordas é confortável.

A resposta dos captadores JJ cerâmicos é agressiva, o que ajuda a cortar a mixagem, embora possa exigir um ajuste fino no amplificador para controlar ruídos em volumes altos.

Prós
  • Excelente custo-benefício para iniciantes e intermediários
  • Timbre clássico de Jazz Bass com bons médios
  • Braço em Maple com pegada confortável
Contras
  • Captadores originais podem apresentar ruído de fundo
  • O peso do corpo pode desbalancear levemente o instrumento (neck dive)

2. Contrabaixo Yamaha TRBX305 Ativo 5 Cordas

A Yamaha estabeleceu um padrão de qualidade altíssimo com a linha TRBX, e o modelo 305 é a escolha certa para quem prioriza ergonomia e versatilidade sonora. O corpo em Mogno esculpido proporciona um som encorpado e quente, equilibrando perfeitamente a tensão extra da quinta corda.

Diferente de baixos passivos tradicionais, este modelo ativo entrega um sinal forte e limpo.

O grande diferencial técnico aqui é o seletor de equalização "Performance EQ" de 5 posições. Isso permite alterar a curva de frequências instantaneamente para slap, fingerstyle ou solo.

Para baixistas que buscam uma sonoridade "cantada" e moderna, a estabilidade do braço laminado em 5 peças de Maple e Mogno garante que a afinação e a regulagem se mantenham precisas por muito mais tempo, algo vital para a entonação correta em instrumentos de registro grave.

Prós
  • Definição superior na quinta corda (Si grave)
  • Circuito ativo com predefinições de EQ muito úteis
  • Construção do braço em 5 peças oferece estabilidade extrema
Contras
  • Espaçamento de cordas um pouco mais estreito que o padrão Jazz Bass
  • Preço mais elevado comparado aos modelos de entrada

3. Contrabaixo Tagima TW73 Woodstock Series Preto

Embora seja tecnicamente o mesmo modelo da versão branca, a variante preta do TW73 muitas vezes atrai um perfil diferente de músico, focado na estética de palco sóbria e clássica.

A consistência da série Woodstock mantém as características de timbre anasalado típico dos captadores Single Coil na posição da ponte, ideal para o estilo Jaco Pastorius.

Você deve considerar este modelo se a intenção é ter um instrumento de batalha para ensaios e shows menores. A escala escura (geralmente Tech Wood nesta cor) oferece uma sensação tátil ligeiramente diferente do Maple envernizado, proporcionando um ataque um pouco menos percussivo e mais aveludado.

É um baixo que responde muito bem ao uso de cordas Flatwound, aproximando-se da sonoridade de contrabaixo acústico quando o tone é fechado.

Prós
  • Visual clássico e acabamento robusto
  • Ferragens cromadas com boa durabilidade
  • Versatilidade para tocar de Rock a MPB
Contras
  • Blindagem elétrica pode ser necessária para uso profissional em estúdio
  • Cordas de fábrica geralmente são de baixa qualidade e exigem troca imediata

4. Contrabaixo Strinberg SAB500 Ativo Sunburst

O Strinberg SAB500 posiciona-se como uma alternativa robusta para quem precisa de "peso" sonoro. Com um corpo em Ash (ou Basswood dependendo do lote) e tampo em Figured Maple, ele entrega um visual premium.

A eletrônica ativa deste modelo é projetada para alto ganho, o que significa que você terá graves profundos e agudos cortantes sem precisar forçar a mão direita.

Para o baixista que busca a sonoridade fretless moderna, cheia de "chorus" e reverb, a base ativa do SAB500 fornece o sustain necessário. O formato do corpo é ergonômico, facilitando o acesso às últimas casas da escala.

No entanto, o pré-amplificador pode soar um pouco artificial em configurações extremas, sendo recomendável usar a equalização com parcimônia para manter a naturalidade da madeira.

Prós
  • Visual impactante com acabamento Sunburst
  • Saída de sinal alta, ideal para tocar ao vivo
  • Acesso facilitado às casas agudas
Contras
  • O pré-amplificador consome bateria rapidamente se o cabo for deixado conectado
  • O braço pode ser considerado grosso para mãos pequenas

5. Contrabaixo SX SPB62 Vintage Series Black

A SX é reverenciada mundialmente por oferecer a melhor "vibe" vintage na faixa de preço acessível. O modelo SPB62 é um Precision Bass de 5 cordas, uma configuração menos comum mas extremamente poderosa.

O captador Split Coil na posição central foca nos médio-graves, entregando aquele som "thumpy" e percussivo que é a espinha dorsal do Soul e Motown.

Este baixo é a antítese do som moderno e hi-fi. Se você procura uma sonoridade orgânica, "de madeira", o SPB62 é imbatível. O braço tende a ser mais largo e "gordo", exigindo uma técnica mais apurada da mão esquerda.

A quinta corda em modelos Precision tende a ser mais solta e "velha escola", funcionando melhor para groove e condução do que para solos rápidos e técnicos.

Prós
  • Timbre autêntico de Precision Bass
  • Verniz do braço com tonalidade vintage muito bonita
  • Construção simples e fácil de manter
Contras
  • Braço largo pode causar fadiga em sets longos
  • Menos versátil que os modelos Jazz Bass ou Ativos

Diferença de Timbre: Captadores Cerâmicos vs Alnico

A escolha do ímã no captador altera drasticamente a voz do baixo de 5 cordas. Captadores cerâmicos, comuns em modelos como o Strinberg SAB500 e versões mais modernas do Tagima, oferecem um som mais "duro", com ataque rápido e agudos pronunciados.

Eles são ideais para cortar através de guitarras distorcidas e para técnicas percussivas.

Já os ímãs de Alnico (encontrados em baixos de estilo vintage superior) produzem um campo magnético mais suave. O resultado é um som mais quente, doce e com uma compressão natural.

Para a sonoridade fretless, o Alnico geralmente é preferido pois valoriza a dinâmica e o vibrato da mão esquerda, tornando o "canto" do instrumento mais expressivo e menos artificial.

A Importância do Setup e Cordas para Baixo Fretless

Mesmo comprando um baixo trastejado de alta qualidade, a transformação sonora acontece na escolha das cordas e no setup. Para obter aquele som aveludado e contínuo, o uso de cordas **Flatwound** (cordas lisas) é quase obrigatório.

Elas eliminam o ruído de fricção dos dedos e aumentam o contato da corda com a escala, gerando graves mais fundamentais.

A regulagem da altura das cordas (ação) e o ajuste do tensor em baixos de 5 cordas exigem precisão milimétrica. Uma ação muito alta mata o "mwah" característico; uma ação muito baixa em um baixo de 5 cordas causa trastejamento (ou "buzz" excessivo na escala) na corda Si.

O equilíbrio ideal é manter o braço o mais reto possível, com um alívio mínimo no tensor.

Ergonomia: Largura do Nut e Espaçamento das Cordas

Tocar um baixo de 5 cordas é um desafio físico. A largura do nut (pestana) varia significativamente entre os modelos. Baixos como o Yamaha TRBX têm um espaçamento mais estreito, facilitando a vida de quem tem mãos menores ou vem do baixo de 4 cordas.

Isso permite maior agilidade em passagens rápidas.

Por outro lado, modelos estilo Vintage (como o SX e o Tagima Woodstock) tendem a ter um espaçamento maior na ponte (19mm padrão). Isso é excelente para técnicas de slap, pois oferece mais espaço para o dedo entrar entre as cordas, mas exige uma abertura maior da mão esquerda nas regiões graves.

Testar o conforto do braço é tão importante quanto escolher o timbre.

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