Melhores Guitarras de 12 Cordas: Tagima vs Fender

Thiago Nunes da Silva
Thiago Nunes da Silva
8 min. de leitura

O violão de 12 cordas é um instrumento transformador que adiciona uma textura rica e um efeito de coro natural a qualquer performance. A escolha do modelo certo exige atenção aos detalhes de construção e tocabilidade, pois a tensão extra das cordas demanda uma engenharia precisa.

Filtramos o mercado para focar em duas marcas que dominam as buscas: Tagima e Fender. Neste guia comparativo, você entenderá as nuances entre os modelos da linha Azteca e o renomado CD-60SCE para decidir qual investimento trará o som preenchido que você procura.

Critérios: Como Avaliar a Sonoridade e Construção

A avaliação de um violão de 12 cordas vai muito além da estética. O primeiro ponto crítico é a tensão estrutural. Como são doze cordas de aço puxando o braço e o tampo, a construção precisa ser robusta sem matar a vibração da madeira.

Um bom instrumento deve possuir um tensor ajustável de qualidade e tarraxas que segurem a afinação com precisão, pois afinar doze cordas constantemente interrompe o fluxo criativo e a performance ao vivo.

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A sonoridade depende diretamente da combinação de madeiras e do formato do corpo. O tampo é a alma do violão. Madeiras como Spruce são preferidas por projetarem agudos brilhantes e definidos, algo essencial para que o som das cordas oitavadas não fique embolado.

O sistema de pré-amplificação também merece destaque. Um equalizador ativo com afinador embutido é praticamente obrigatório para quem toca plugado, garantindo que o brilho característico das 12 cordas seja transmitido fielmente para a caixa de som.

Análise: As 4 Melhores Guitarras de 12 Cordas

Selecionamos os modelos mais relevantes disponíveis atualmente. Focamos na linha Azteca da Tagima, conhecida pelo custo-benefício no mercado brasileiro, e no modelo de entrada premium da Fender.

A seguir, dissecamos cada opção para revelar qual perfil de músico será mais beneficiado por cada instrumento.

1. Violão Tagima Azteca XII NC VSB Sunburst

O Tagima Azteca XII na cor Sunburst traz uma estética clássica que remete aos grandes violões folk das décadas de 60 e 70. Este modelo se destaca pelo formato Mini-Jumbo com cutaway, uma característica que facilita o acesso às notas mais agudas e oferece um conforto superior em relação aos corpos maiores quando tocado sentado.

O tampo em Spruce combinado com laterais e fundo em Sapele entrega uma sonoridade equilibrada, onde os médios se destacam e garantem que o instrumento corte a mixagem em uma apresentação ao vivo.

Este violão é a escolha perfeita para músicos de bar e apresentações ao vivo que precisam de versatilidade estética e sonora. O pré-amplificador TEQ-8 é um dos pontos altos, oferecendo controles precisos de equalização que permitem moldar o som conforme a acústica do ambiente.

Se você busca um instrumento que tenha presença de palco visual graças ao acabamento degradê e não quer gastar o valor de um instrumento importado de alta gama, o Azteca Sunburst cumpre o papel com competência.

Prós
  • Formato Mini-Jumbo confortável
  • Pré-amplificador TEQ-8 com afinador preciso
  • Visual Sunburst clássico e atraente
  • Excelente custo-benefício
Contras
  • Volume acústico desplugado menor que um Dreadnought
  • Cordas de fábrica podem exigir troca imediata

2. Violão Tagima Azteca XII NC BKS Preto

A versão Black (BKS) do Tagima Azteca mantém as especificações técnicas de construção, mas muda completamente a intenção visual. O acabamento preto sólido confere um ar de modernidade e sobriedade, sendo ideal para palcos com iluminação controlada onde o brilho do instrumento deve vir do som e não apenas do visual.

A construção em Spruce e Sapele continua presente, garantindo que, apesar da pintura espessa, a ressonância das 12 cordas permaneça brilhante e perceptível.

Indicamos este modelo para guitarristas de rock, pop e música contemporânea que buscam um instrumento discreto e elegante. A tocabilidade é facilitada pelo braço em Okoume, que possui um perfil confortável para mãos de tamanho médio.

A principal vantagem aqui é a integração visual com outros instrumentos elétricos no palco. Se o seu setup já inclui guitarras ou baixos pretos, o Azteca BKS complementa o visual da banda de forma coesa.

Prós
  • Visual moderno e discreto
  • Cutaway facilita solos nas casas agudas
  • Boa definição de notas médias
  • Braço confortável em Okoume
Contras
  • Acabamento preto evidencia marcas de dedos
  • Nut de plástico pode limitar o sustain máximo

3. Violão Tagima Azteca XII NC CAS Natural

O modelo Natural (CAS) é a expressão mais pura da linha Azteca, deixando a madeira do tampo exposta com um acabamento em verniz brilhante. Esta escolha não é apenas estética. Camadas de tinta sólida podem, em teoria, influenciar sutilmente na vibração do tampo, e o acabamento natural tende a oferecer uma abertura de som ligeiramente mais orgânica com o passar do tempo.

É o violão que melhor comunica a sensação de instrumento acústico tradicional.

Este modelo é imbatível para músicos de igrejas (worship), rodas de música acústica e estilos folk tradicionais. A aparência limpa e a visibilidade dos veios da madeira transmitem uma sensação de autenticidade.

Para quem estuda o instrumento e passa horas praticando, olhar para a madeira natural pode ser mais inspirador. A captação piezo sob o rastilho funciona muito bem neste modelo, capturando o ataque percussivo das cordas de aço com fidelidade.

Prós
  • Estética natural e atemporal
  • Sensação visual orgânica da madeira
  • Equalizador de 4 bandas eficiente
  • Tarraxas cromadas e blindadas
Contras
  • Verniz brilhante pode ser escorregadio com suor
  • Requer hidratação da escala para manutenção ideal

4. Fender CD-60SCE Dreadnought 12-String

O Fender CD-60SCE representa um salto de categoria. A grande diferença aqui é o tampo em Spruce Sólido (Solid Spruce Top). Diferente dos tampos laminados comuns em faixas de preço inferiores, a madeira sólida vibra com mais liberdade, resultando em um volume acústico superior e uma complexidade harmônica que melhora à medida que o violão envelhece.

O formato Dreadnought (Folk clássico) oferece uma caixa de ressonância maior, proporcionando graves profundos que sustentam o brilho das oitavas agudas.

Este instrumento é a escolha definitiva para quem prioriza a qualidade do som acima de tudo e pode investir um pouco mais. É ideal para gravações em estúdio, onde a pureza do tom acústico é captada por microfones, e para músicos experientes que sentem a diferença na resposta dinâmica de um tampo sólido.

A eletrônica Fishman integrada é um padrão da indústria, oferecendo um som plugado limpo, confiável e profissional, sem a artificialidade comum em sistemas genéricos.

Prós
  • Tampo em Spruce Sólido para som superior
  • Eletrônica Fishman de nível profissional
  • Braço com bordas arredondadas 'Easy-to-Play'
  • Graves poderosos do formato Dreadnought
Contras
  • Preço mais elevado que a linha Tagima
  • Corpo Dreadnought pode ser grande para pessoas de baixa estatura

Tagima ou Fender: Qual Marca Vale o Investimento?

A decisão entre Tagima e Fender resume-se ao seu momento na jornada musical e ao orçamento disponível. A Tagima, com a linha Azteca, oferece um pacote de recursos incrível para o preço.

Você recebe um instrumento bonito, afinável e com um pré-amplificador versátil. É a marca ideal para quem está comprando o primeiro 12 cordas, para quem toca em bares e precisa de um instrumento de batalha que não doa no bolso caso sofra algum arranhão, ou para quem toca ocasionalmente.

A Fender, por outro lado, entrega patrimônio e construção refinada. O investimento no CD-60SCE justifica-se pela presença do tampo sólido e pela eletrônica Fishman. Se você é um músico intermediário a avançado, que já possui um ouvido treinado para nuances de timbre e sustentação de notas, a Fender é o caminho.

Além disso, instrumentos da Fender tendem a manter um valor de revenda mais alto no mercado de usados, tornando-se um ativo mais seguro a longo prazo.

Dreadnought vs Modelo 000: Qual Escolher?

O formato do corpo altera drasticamente a experiência de tocar. O Dreadnought, como o Fender CD-60SCE, é o padrão da música country e pop. Ele possui ombros quadrados e uma caixa profunda.

Isso gera um som "cheio", com muito volume e graves expansivos. É perfeito para quem faz base com palheta (strumming) e quer preencher o ambiente, mas pode ser desconfortável para pessoas menores ou para tocar sentado no sofá por horas.

Os modelos próximos ao formato 000, Auditorium ou Mini-Jumbo, como a linha Tagima Azteca, possuem uma cintura mais estreita e curvas mais acentuadas. O som é mais focado, com médios claros e menos sobras de graves, o que é excelente para dedilhados e fingerstyle, pois cada nota se destaca individualmente.

A ergonomia é o ponto forte aqui. O corpo encaixa melhor na perna e o braço fica mais próximo do corpo do músico, facilitando a execução de acordes complexos sem fadiga excessiva no ombro direito.

Importância da Madeira Spruce no Tampo

O Spruce (Abeto) é a madeira mais utilizada em tampos de violões de aço por um motivo físico: sua alta relação rigidez-peso. Em um violão de 12 cordas, isso é vital. O instrumento produz uma massa sonora densa com muitas frequências se sobrepondo.

Se o tampo for de uma madeira muito macia ou escura (como Mogno), o som pode ficar "embaraçado" ou excessivamente quente, perdendo a definição das oitavas agudas que são a característica principal das 12 cordas.

O Spruce age como um alto-falante de alta fidelidade. Ele projeta o som com força e clareza. Quando falamos de Spruce Sólido (como no Fender), a madeira é uma peça única, não folhas coladas.

Isso permite que ela vibre mais livremente. Com o tempo e o uso, o Spruce sólido "abre", ou seja, as fibras da madeira relaxam e o violão passa a soar ainda mais alto e rico, um fenômeno que ocorre em menor escala nos tampos laminados.

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