Melhores guitarras de 8 cordas: Qual a Ideal?

Thiago Nunes da Silva
Thiago Nunes da Silva
6 min. de leitura

Entrar no mundo das guitarras de alcance estendido (Extended Range) exige mais do que apenas vontade de tocar pesado. Você precisa de um instrumento que suporte afinações graves sem perder a definição ou a tocabilidade.

A escolha entre 7 ou 8 cordas define o seu estilo no Metal Moderno, Djent ou Progressivo. Analisamos modelos que servem como a porta de entrada perfeita para frequências mais baixas e riffs complexos, focando na construção, eletrônica e custo-benefício.

Critérios Essenciais: Braço, Escala e Captação

O comprimento da escala é o fator técnico mais importante em guitarras de alcance estendido. Uma escala tradicional de 25.5 polegadas funciona bem para afinação padrão, mas pode apresentar flacidez nas cordas mais graves se você busca afinações como Drop E ou F#.

Escalas mais longas, como 26.5 ou 27 polegadas, garantem a tensão necessária para que as notas graves soem nítidas e percussivas. Isso evita que o som fique embolado, característica indesejada em estilos como o Djent.

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O perfil do braço define o seu conforto. Braços mais largos exigem uma postura de mão correta para evitar lesões e fadiga. Marcas como Ibanez priorizam perfis finos e planos, facilitando a execução rápida.

Já a captação deve ser capaz de lidar com frequências graves extremas. Captadores comuns podem soar abafados nessas regiões. Você deve buscar humbuckers projetados para alta saída e clareza, garantindo que cada nota de um acorde complexo seja ouvida distintamente.

Análise: As Melhores Guitarras de Alcance Estendido

Selecionamos dois modelos que dominam o mercado de entrada e intermediário para músicos que buscam expandir seu registro tonal. Embora o foco deste guia seja o alcance estendido, os modelos abaixo representam o padrão da indústria para quem inicia a transição das 6 cordas para o universo grave, oferecendo qualidade de construção e sonoridade agressiva.

1. Jackson Dinky Arch Top JS22-7 Satin Black

A Jackson JS22-7 é a escolha ideal para quem prioriza a tensão das cordas e afinações baixas com um orçamento acessível. Seu grande diferencial é a escala de 26.5 polegadas. Esse comprimento extra faz toda a diferença na resposta da sétima corda, mantendo-a firme e com ataque rápido, algo essencial para riffs percussivos de Metal Moderno.

O corpo em Poplar é leve e ressonante, enquanto o acabamento acetinado (Satin Black) não apenas oferece um visual agressivo, mas também evita marcas de dedos e facilita o deslize da mão pelo braço.

Este modelo atende perfeitamente ao guitarrista de Metal que precisa de uma ferramenta de trabalho robusta para ensaios e gravações caseiras. Os captadores humbucker de alta saída da Jackson entregam um som cheio e com bastante ganho, embora possam carecer de um pouco de brilho em sons limpos.

O braço reforçado com grafite é um ponto crucial de durabilidade, garantindo estabilidade na afinação mesmo com mudanças de temperatura e umidade. Se você busca entrar no mundo do Extended Range com foco em ritmo e peso, esta guitarra oferece a melhor estrutura física da categoria.

Prós
  • Escala de 26.5 polegadas mantém a tensão nas cordas graves.
  • Braço reforçado com grafite aumenta a estabilidade.
  • Acabamento acetinado rápido e confortável.
  • Excelente base para upgrades futuros de captação.
Contras
  • Captadores originais podem soar um pouco abafados em limpos.
  • Tarraxas podem exigir troca para uso profissional intenso.

2. Ibanez Gio GRG7221QA 7 cordas Sunburst

A Ibanez Gio GRG7221QA é recomendada para o guitarrista técnico que valoriza a velocidade e a estética. Diferente da Jackson, este modelo aposta em um visual mais clássico e refinado com o tampo em Quilted Art Grain, que simula madeiras nobres.

O perfil do braço é o destaque aqui. A Ibanez é famosa por seus braços finos e a série Gio mantém essa tradição, tornando a adaptação para as 7 cordas muito mais natural para quem vem das 6 cordas.

A tocabilidade é fluida, ideal para solos rápidos e passagens complexas.

No quesito sonoridade, a chave seletora de 5 posições oferece uma versatilidade surpreendente para uma guitarra dessa faixa de preço. Você consegue extrair timbres estalados próximos de uma single-coil, além do peso tradicional dos humbuckers.

No entanto, sua escala é de 25.5 polegadas. Isso significa que, para afinações muito baixas (como Drop A ou G), você precisará de cordas de calibre mais grosso para compensar a menor tensão.

É a guitarra perfeita para Metal Progressivo e Fusion, onde a clareza e a facilidade de execução são prioritárias sobre o peso bruto excessivo.

Prós
  • Braço com perfil fino facilita a tocabilidade rápida.
  • Visual premium com tampo Quilted Art Grain.
  • Seletora de 5 posições oferece grande variedade tonal.
  • Ponte fixa confortável para a mão direita.
Contras
  • Escala de 25.5 polegadas pode deixar a corda grave frouxa em afinações extremas.
  • Nut de plástico pode precisar de ajuste para melhor estabilidade.

Humbuckers Ativos vs Passivos: Qual o Melhor?

A escolha entre captadores ativos e passivos muda drasticamente a resposta da sua guitarra de 8 ou 7 cordas. Captadores ativos (como EMG ou Fishman Fluence) possuem um pré-amplificador interno alimentado por bateria.

Eles oferecem compressão natural, silêncio em altos ganhos e uma equalização focada que corta bem na mixagem. São ideais para Djent e Tech Death, pois garantem que a nota mais grave soe uniforme em relação às agudas.

Captadores passivos dependem inteiramente dos ímãs e da bobina para gerar sinal. Eles preservam a dinâmica da sua palhetada e oferecem uma sonoridade mais orgânica e aberta. Músicos de Metal Progressivo como Tosin Abasi preferem passivos pela capacidade de limpar o som ao baixar o volume da guitarra e pela complexidade harmônica nos acordes.

Se você busca versatilidade para tocar do Jazz ao Metal, os passivos de alta qualidade, como os encontrados em modelos superiores da Ibanez ou através de upgrades na Jackson, são superiores.

Ergonomia e Peso: Tocando com Conforto

Guitarras de alcance estendido possuem braços mais largos e, frequentemente, corpos mais pesados para contrabalançar. Isso afeta diretamente sua postura. Um instrumento desequilibrado causa o efeito "neck dive", onde o braço tende a cair em direção ao chão, forçando seu ombro esquerdo a sustentá-lo.

Modelos como a Jackson Dinky e a Ibanez RG são projetados com corpos ergonômicos para minimizar esse problema.

Você deve considerar o uso de correias largas e acolchoadas para distribuir o peso. A largura extra da escala exige que seu polegar permaneça na parte de trás do braço, em vez de abraçá-lo, para alcançar as cordas graves sem tensão excessiva nos tendões.

Testar o instrumento sentado e em pé é fundamental para garantir que a ergonomia funcione para o seu tipo físico.

Manutenção e Ajuste de Tensão das Cordas

A física de uma guitarra de 7 ou 8 cordas exige atenção redobrada na regulagem. A tensão total exercida no braço é significativamente maior do que em uma guitarra de 6 cordas. O tensor (truss rod) precisa estar perfeitamente ajustado para manter o braço reto.

Mudanças climáticas afetam esses instrumentos com mais intensidade. Verifique a curvatura do braço periodicamente.

A escolha do calibre das cordas é vital. Para afinações padrão em 8 cordas (F#), um calibre .074 ou .080 na oitava corda é comum. Se a corda for muito fina, ela oscilará demais, gerando trastejamento e problemas de entonação.

Ao trocar de calibre, você precisará reajustar as oitavas na ponte para garantir que as notas soem afinadas em todo o braço. O nut (pestana) também deve ter as ranhuras limadas corretamente para acomodar cordas mais grossas sem prender a afinação.

Perguntas Frequentes

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