Rações Para Ovelha Reviews: Como Escolher a Ideal?

A escolha da ração correta define a saúde, a produtividade e a lucratividade do seu rebanho de ovinos. Uma nutrição inadequada pode comprometer o ganho de peso, a produção de leite e a qualidade da lã.

Este guia oferece um caminho claro para você entender os fundamentos da nutrição de ovinos. Aqui, você aprenderá a analisar ingredientes, diferenciar tipos de ração e interpretar tabelas nutricionais para tomar a decisão mais acertada para seus animais, seja em sistema de confinamento ou a pasto.

A base para uma boa ração para ovinos está no equilíbrio de seus componentes. A nutrição de ovinos eficiente depende de uma formulação que atenda às exigências de cada fase da vida do animal.

Os ingredientes precisam fornecer a quantidade certa de energia, proteína, fibras, vitaminas e minerais. Uma ração de qualidade utiliza fontes de alta digestibilidade, garantindo que o animal aproveite ao máximo os nutrientes que consome.

Os principais componentes a observar são:

• Proteína Bruta (PB): Fundamental para o crescimento muscular, produção de leite e lã. O nível ideal varia de 12% para ovelhas em manutenção a mais de 18% para borregos em crescimento e ovelhas em lactação.
• Nutrientes Digestíveis Totais (NDT): Representa a energia da ração. É crucial para todas as funções do corpo, desde a manutenção do peso até a engorda de ovelhas. Rações de confinamento exigem um NDT mais elevado.
• Fibra: Essencial para a saúde do rúmen. A fibra estimula a ruminação e mantém o sistema digestivo funcionando corretamente. A falta de fibra pode causar distúrbios metabólicos sérios.
• Minerais e Vitaminas: Cálcio, fósforo, selênio, cobre e vitaminas A, D e E são vitais. A deficiência de minerais pode levar a problemas reprodutivos, baixa imunidade e crescimento lento. O cobre, por exemplo, é essencial para ovinos, mas tóxico em excesso, exigindo uma formulação cuidadosa.

O mercado oferece diferentes tipos de ração, cada um com uma finalidade específica. Entender essa variedade é o primeiro passo para fazer a escolha correta para seu rebanho. A seleção depende do seu sistema de produção, da categoria animal e dos seus objetivos, como a produção de carne ou leite.

• Ração Concentrada: Rica em energia e proteína, é usada para complementar a dieta baseada em forragem. É a escolha principal para a ração de engorda de ovelhas em confinamento ou para animais com alta exigência nutricional, como ovelhas leiteiras no pico da lactação.
• Suplemento Mineral: Fornece apenas os minerais e vitaminas que faltam na pastagem. É indispensável para animais criados a pasto, pois as forragens brasileiras são frequentemente deficientes em minerais essenciais. A forma de consumo é livre, deixada à disposição dos animais no cocho.
• Suplemento Proteico: Similar ao mineral, mas com adição de uma fonte de proteína. É ideal para o período da seca, quando a qualidade da pastagem cai e o teor de proteína da forragem é baixo. Ajuda a manter o peso e a condição corporal dos animais.
• Ração para Borregos: Formulada especificamente para animais jovens. Possui maior teor de proteína, energia e minerais para suportar o rápido crescimento. Geralmente é mais palatável para incentivar o consumo precoce.

A estratégia nutricional muda completamente entre um sistema de confinamento e um de criação a pasto. No confinamento, a ração é a única fonte de alimento, ou a principal. Portanto, ela precisa ser completa e balanceada, fornecendo 100% das necessidades do animal em fibras, energia, proteína, vitaminas e minerais.

A ração de confinamento para ovinos de corte, por exemplo, foca em um alto teor de energia (NDT) para maximizar o ganho de peso em um curto período.

Já no sistema a pasto, a forragem é a base da alimentação. O suplemento entra para corrigir as deficiências da pastagem. Durante o período das águas, com pasto de boa qualidade, um suplemento mineral para ovinos pode ser suficiente.

Na seca, quando a forragem perde valor nutritivo, um suplemento proteico ou proteico-energético se torna necessário para evitar a perda de peso. A suplementação a pasto é uma ferramenta para otimizar o uso da forragem disponível, não para substituí-la.

As necessidades nutricionais dos ovinos variam drasticamente com a idade e a fase produtiva. Fornecer a mesma ração para todas as categorias do rebanho é um erro que custa em desempenho e dinheiro.

Borregos em crescimento têm uma exigência muito maior de proteína e energia para desenvolver músculos e estrutura óssea. Uma boa ração para borregos deve ter entre 16% e 20% de proteína bruta.

Ovelhas adultas em manutenção, por outro lado, têm uma exigência menor. Uma ração com cerca de 12% de PB é suficiente para manter sua condição corporal. No entanto, durante a gestação e a lactação, essa necessidade aumenta significativamente.

Ovelhas no terço final da gestação e no início da lactação precisam de uma dieta mais rica, similar à dos borregos, para garantir o desenvolvimento do feto e uma boa produção de leite.

Por isso, a separação dos animais por lotes conforme a categoria é uma prática de manejo fundamental.

A tabela nutricional, ou os "Níveis de Garantia" no rótulo da ração, é sua principal ferramenta para avaliar um produto. Ignorá-la é como comprar um carro sem olhar o motor. Você deve focar nos indicadores chave que refletem a qualidade e o propósito da ração.

Verifique sempre a data de fabricação, pois rações velhas perdem valor nutricional, principalmente as vitaminas.

Ao analisar a tabela, procure por estes valores:

• Umidade (máx.): Níveis altos, acima de 13%, podem indicar risco de mofo e deterioração. Prefira rações mais secas.
• Proteína Bruta (mín.): Compare este valor com a necessidade da categoria animal que você vai alimentar. Este é um dos principais indicadores de custo e qualidade.
• Extrato Etéreo (mín.): Indica o teor de gordura, uma fonte concentrada de energia. Importante para rações de alta performance.
• Fibra Bruta (máx.): Níveis muito altos podem indicar uma ração de baixa energia. Para rações concentradas, a fibra deve ser controlada.
• Matéria Mineral (máx.): Mostra o total de cinzas. Valores muito elevados podem significar a inclusão de ingredientes de baixa qualidade.
• Cálcio (Ca) e Fósforo (P): A relação entre cálcio e fósforo deve ser de aproximadamente 2:1. Desequilíbrios podem causar problemas metabólicos graves, como o cálculo urinário em machos.
• NDT (Nutrientes Digestíveis Totais): Muitas vezes este valor não está no rótulo, mas é o melhor indicador de energia. Se não estiver presente, a combinação de PB e Extrato Etéreo dá uma boa ideia do potencial energético.